segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Easy Rider - Soundtrack (1969)

Os anos 60 mudaram o jeito do mundo ver as coisas, não importa se você é conservador ou radical, a opinião de todos os que viveram nessa época maluca mudou drasticamente em relação a sexo, drogas, guerras, preconceito e claro, a música. Uma enorme fatia da "culpa" dessa mudança toda, se deu claramente ao surgimento da contracultura, movimento criado pelos jovens do pós-guerra que estavam cansados do conservadorismo padrão imposto pelos americanos e queriam dar um fim em todo o preconceito racial e social com os quais estavam costumados e protestavam frequentemente contra as guerras, principalmente a do Vietnam.
E o filme Easy Rider, dirigido e co-estrelado por Denis Hoper, mostra exatamente o que foi a contracultura ao contar a história de dois amigos que saem pelos Estados Unidos em cima de suas motos para chegarem ao Mardi Gras, espécie da carnaval estadunidense que ocorre todo ano em Nova Orleans. Durante as viagens e tomadas gravadas na estrada em cima das motos, podemos ouvir um  verdadeiro festival de pérolas da contracultura americana sendo executadas, de Steppenwolf até Jimi Hendrix passando por The Byrds e The Weight.
No filme ainda temos a presença de Peter Fonda, que estrela o filme ao lado de Dennis Hoper, e do mestre Jack Nicholson que faz o papel de um simpático e ingênuo advogado que os acompanha na viagem durante parte do filme em uma atuação que quase lhe rendeu prêmios de ator revelação do ano de 1969.

Na trilha sonora começamos com a lenta "The Pusher", do Steppenwolf, música que abre bem o disco e o filme já que fala dos traficantes e dos muitos usuários de drogas psicodélicas da época. Com um riff bem marcante e um ritmo muito tranquilo com a voz rouca de John Kay, a música tem um peso perfeito e com uma letra bem polêmica pra época : "You know I've smoked a lot of grass/O' Lord, I've popped a lot of pills".
Na sequencia temos outra do Steppenwolf, essa é praticamente impossível alguém nunca ter ouvido, "Born To Be Wild" é praticamente um hino desde a época em que o Steppenwolf a lançou, nem vou comentar sobre esse clássico porque todos já ouviram pelo menos uma dúzia de vezes na vida! E não, você nunca enjoará dela hahahaha.
 Mais uma com a cara dos anos 60 aparece, o The Weight toca a cool "Smith", cheia de backing vocals com um piano de fundo bem agradável..pra falar a verdade toda a música é muito agradável, daquelas que você pode fechar os olhos e se imaginar numa estrada ensolarada dirigindo sem rumo.
Uma das faixas mais marcantes do disco vem com o The Byrds e sua canção "Wasnt born to follow", música que abre com um riff bem amigável e mais uma vez nós vemos uma música muito agradável de se ouvir, com vocais divididos em mais uma canção que se pode imaginar viajando por uma longa estrada.
A completamente sem noção"If you want to be a bird", do "The Holy Modal Rounders", apesar de ser uma música muito lunática devido a sua letra sem nexo, é ótima e engraçada, principalmente na cena do filme..com Jack Nicholson imitando um passarinho em cima da Harley-Davidson no meio da estrada.
A cheia de slides "Don't Bogart Me" do Fraternity Of Man, vem novamnte com uma letra falando de drogas, mas especificamente da marijuana, outra música que contém um tema que é um tabu e consegue ser engraçada e ao mesmo tempo não ser "vulgar".
Outra música muito conhecida que é tocada no filme e está presente na trilha sonora que postarei, é "If six was nine", do The Jimi Hendrix Experience. Outra letra bem psicodélica, coisa que era mais do que comum na época. Os graves de Noel Redding lembram muito os walking bass do jazz nessa música, casando com a bateria acelerada de Mitch Mitchell e a guitarra mais do que dispensável de comentários de Jimi Hendrix, no final da música ainda temos uma espécie de improviso psicodélico muito elétrico e lisérgico.
Uma das mais psicodélicas do disco ficou a cargo do The Eletric Prunes, com a música tradicional "Kyle Eleison/Mardi Gras", os vocais nessa música lembram muito um coro religioso somente com vozes e mais nada, só que ae chega a psicodelia após cada estrofe da música, e eles não deixam a desejar nesse aspecto, vem a toda força com guitarras distorcidas e muitos pratos para fazer um efeito mais "misterioso" na canção, e conseguem fazer isso com sucesso..apesar da música não ser nem um pouco enjoativa ou coisa do gênero.
Agora vem uma música que, para mim, é a melhor do filme. Roger Mcguinn canta  a sua versão de "It's alright ma(I'm only bleeding)", de Bob Dylan. Apesar de ser um grande fã do mestre Bob Dylan, tenho que assumir que a versão de Roger Mcguinn é centenas de vezes melhor do que a de Dylan, o peso que ele conseguiu colocar na música somente usando sua voz, um violão e uma gaita é coisa que te faz pensar a respeito quando compara com a de Bob. Sem dúvida vale a pena dar destaque a essa canção que você vai ouvir de novo quando acabar.
E para fechar esse albúm-chave da contracultura, mais uma vez teremos Roger McGuinn tocando uma letra de Bob Dylan, e dessa vez o compositor fez a letra especialmente para o filme. "The Ballad Of Easy Rider" aparece nos créditos finais do filme e segue o mesmo estilo de sua antecedente; violão, gaita e a voz incrivelmente semelhante de Roger a de Bob Dylan. Uma música que termina perfeitamente um albúm que fez parte de um dos filmes mais importantes dessa época cheia de freaks nos quais todos já quiseram ser um dia.


Download do disco

Abraços obesos!

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