quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Jethro Tull - Thick As A Brick (1972)

Bom, havia dito que ia postar um disco aqui da próxima vez e vou cumprir com o que falei.
O disco de hoje é de uma banda que nunca foi tão famosa assim e não está presente na mídia, pelo menos não hoje em dia, mas acho que todos já ouviram falar pelo menos alguma vez, o Jethro Tull.
O inglês Ian Anderson formou a banda em 1967, e de lá pra cá, já houveram diversas mudanças na formação e na sonoridade da banda, mas nunca afetando na sua qualidade ou essência, se é que da pra entender o que eu falo.
O Jethro Tull é uma banda que eu nunca consigo e nem nunca conseguirei classificar em algum gênero, alguns dizem que é progressivo, nem ferrando. Outros dizem que é folk, também não é. Há quem diga que eles tem um pouco de blues em sua mistura. Sim, de fato há isso, mas na verdade o Tull se classifica nesse gênero: mistura. Não há um albúm que não possa perceber-se uma variedade ou influência enorme de estilos, sons e instrumentos diferentes, o que e enriquece e dá uma originilidade incrível para a banda.
O albúm postado aqui agora é um dos grandes sucessos da banda, e não é o Aqualung, haha.

"Thick as a brick" é o disco sucessor do arrebatador "Aqualung", que jogou a banda para o reconhecimento artístico no final da década de 60 e começo da 70.
Como uma espécie de resposta para os críticos que disseram com fervor e certeza que o albúm antecessor da banda era um albúm conceitual, quando na verdade não era, Anderon e seus companheiros de banda decidiram fazer um albúm que girasse inteiramente em torno de um conceito.
Conceito esse que é baseado no poema de um garoto fictício que teme as mudanças que podem ocorrer em sua vida conforme vai envelhecendo, chamado Gerald Bostock, criado pelo multi-instrumentista, vocalista e dono da banda, Ian Anderson. O fato do flautista ter creditado todas as letras do albúm como sendo dele e de Gerald Bostock, só alimentou as crenças de que o garoto, de fato, existia. O que, diga-se de passagem, ainda há quem acredite que ele existe mesmo.

O fato de eu estar falando mais da letra do disco do que de sua música é meio incomum, geralmente eu falo mais sobre a música e quase nada de sua letra. Mas como esse é um albúm conceitual, sua letra é de extrema importância para poder se aproveitar ao máximo a experiência de ouvir tamanha fusão musical criada pelo grupo.
Mas já que é pra falar da música no geral, vou tentar dar uma rápido e completa explicação, tarefa muito difícil, já que o disco possui apenas uma música! Sim, apenas uma música com 40 minutos de duração e que é dividida em duas partes. Hoje em dia um disco desses não seria nem ouvido pela gravadora, mas na época chegou a ficar várias semanas no topo das paradas estadunidenses e ao redor do mundo.
Pra falar a verdade eu sou um cara meio chato quando o assunto é músicas demasiadas longas, você começa a ouvir e, mesmo se ela for boa, chega uma hora em que você já parou de prestar atenção há um tempo e acaba perdendo as melhores partes. Claro que há as genialidades a parte (Echoes > Pink Floyd; Mountain Jam > The Allman Brothers Band, etc) mas às vezes temos que concordar que muitas músicas épicas tem uma duração muito desnecessária.
Voltando ao disco, não consigo explicar o que Thick As A Brick tem, mas ele te prende de uma forma realmente interessante e você acaba ouvindo o disco inteiro e nem vê o tempo passar, as bases simpáticas e grudentas feitas no violão no começo, o peso do rock no meio, oscilações entre calmo e "nervoso", tudo isso contribui de um jeito magnífico no resultado final desse albúm único e maravilhoso, de uma banda que, com o tempo, acabou ocultando-se, mas que ainda hoje tem uma vasta legião de fãs fiés ao redor de todo o mundo, inclusive aqui, Brasil.

Se você detesta músicas longas, albúns conceituais e todo esse tipo de coisa, nem pense em baixar esse albúm. E também não o baixe achando que é algo progressivo à lá anos 70, é simplesmente um orgasmo musical com tudo o que se tem direito a ouvir e mais um pouco. Nada mais.

Download do disco

Abraços Obesos

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

[Vídeo] John Lennon - Happy Xmas (War is Over)

Prometo que vou postar um disco da próxima vez, sei que estou postando muitos vídeos ultimamente..mas esse aqui não tinha como não postar, principalmente hoje.


Essa música é muito conhecida e acho que todo mundo fã de Beatles já ouviu ela, né?
Não sei o motivo, mas todo o Natal eu passo o dia inteiro ouvindo-a e vendo esse vídeo que sempre achei bem forte e, ao mesmo tempo, maraviloso, uma combinação perfeita de uma bela música e com imagens fortíssimas da guerra, morte, destruição e miséria. Simplesmente genial a idéia de um clipe assim, mesmo que seja deprimente, coisa que muita gente gosta de ficar nessa época, depressivo, não entendo o motivo, sempre fico feliz no Natal. Mas voltando ao que estava falando..
No vídeo há imagens de muçulmanos, vietnamitas, estadunidenses, africanos e várias outras etnias do mundo, sempre mostrando cenas chocantes e tristes, crianças mortas, pais aos prantos com seus filhos mutilados no colo, pessoas sendo carregadas, conhecidos se abraçando após uma explosão..e tudo isso com a música esperançosa e linda de Lennon ao fundo, incrivelmente brilhante quem fez isso.

É, guerras e desgraças acontecerão no mundo pra sempre até o final de tudo e não adianta tentar mudar, mas quem sabe um dia, daqui centenas e centenas de anos as coisas não mudem =]


Feliz Natal.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Beck - Sea Change (2002)

Então, aqui é o Gabriel. Não sei me apresentar. Então as minhas postagens vão fazer o favor. Quem sabe com o tempo vocês não conhecem um pouco mais sobre quem eu sou. Porque a minha vida é a música. E para cada momento pelo qual passamos sempre haverá uma música presente, sempre haverá uma trilha sonora. Coisa parecida. Mas chega dessa bosta e vamos ao que interessa.

Talvez o melhor álbum da década passada. Mas com certeza o melhor álbum da carreira de Beck Hansen, ou só Beck. Você quem sabe. O álbum consegue retratar da maneira mais profunda o estado máximo de melancolia e solidão que uma pessoa consegue atingir (foi produzido pelo produtor do Radiohead, Nigel Godrich). O título e as músicas foram inspirados no fim do relacionamento de Beck com sua namorada de longa data. Os arranjos, melodias, letras também foram de muitas formas influenciadas por artistas como Serge Gainsbourg, Nick Drake e até pelo Blood On The Tracks do mestre Zimmerman.

Eleito como um dos 500 melhores álbuns de todos os tempos pela revista Rolling Stone, e recebendo 5 estrelas pelo allmusic, NME e pela própria Stone. É um bom álbum para se escutar nessa época de fim de ano, quando todas as pessoas tornam-se mais introspectivas e passam a pensar de alguma forma no futuro. Não é o tipo de música para se escutar em festas, coisas do tipo. Deve ser escutado em um lugar calmo, fechado, sozinho de preferência. Ou com alguma pessoa que tenha algum significado especial para você. De qualquer forma, aproveitem. Pois as melhores coisas nem sempre são ditas. Normalmente são expressadas pela melodia, pelas letras ou até em silêncio.

The Golden Age, é a faixa de abertura. “put your hands on the wheel, let the golden age begin...” chega a ser curioso e estranho ao mesmo tempo, já que nós nunca sabemos quando nossa “golden age” começa e sim quando ela termina. Abrace essa música. Sinta toda a melancolia que Beck tenta nos passar: “...the sun doesn’t shine, even when it’s day”. Com arranjos folk e vocais em harmonia, é uma boa música para se ouvir enquanto viaja.

Paper Tiger, a melodia não diz tanto nessa música, vale mais pela letra e pelos arranjos e a orquestra que acompanha. Beck mostra seu lado Nick Drake, com vocais baixos e harmonizados.

Guess I’m Doing Fine, é até difícil de falar sobre essa. Principalmente quando uma música diz alguma coisa para você. Acho que é a faixa que melhor define o estado de perda de Beck, de uma forma irônica e ao mesmo tempo triste: “it’s only you that i’m losing, guess i’m doing fine.” Seguindo os moldes do disco, com arranjos folk, segue com um piano acompanhando o violão e uma guitarra bem apagada chorando ao fundo. De longe a melhor do disco todo. A mais triste. E percebemos que apesar do sentimento de raiva pela perda, a revolta e a ironia; ainda há um sujeito triste, decepcionado e infeliz: see the things that i’ve been missing, missing all this time...

Lonesome Tears, o nome já diz por tudo. Beck se questiona e procura as respostas pelo fim do relacionamento. Segue os moldes de Paper Tiger com vocais harmonizados seguidos por uma orquestra.

Lost Cause, a mais conhecida. Sei lá. Não tem muito o quê falar sobre ela. É o tipo de coisa que você precisa escutar para saber. Você precisa ter passado por algo parecido pra poder entender. Senão vai achar que tudo isso é um monte de merda. Nela percebemos o cansaço, a fadiga de continuar a insistir em algo que se tornou uma causa perdida. i’m tired of fighting, fighting on a lost cause” pode ser o pensamento suicida ou a desistência de insistir em um amor perdido.

End Of the Day, nos conta sobre os dias que passam rápido ou os que demoram a eternidade para poder terminar. Que no caso do nosso Beck diante do seu sentimento, diante da sua perda, é algo torturante. E no final das contas, o final vai ser sempre o mesmo para o broken-hearted. Tem uma melodia calma, acompanhada por uma slide guitar e maracás. É boa para se ouvir antes de dormir. No verdadeiro End of The Day.

It’s All In Yout Mind, já havia sido lançada antes no One Foot In The Grave (a versão com bonus tracks). Segue uma linha folk melancólica. Não há muito para se falar sobre essa faixa.

Round The Bend, acho que é a mais Nick Drake. Nos lembrando Way To Blue. É um tanto quanto perturbadora, pelos seus vocais baixos e pela orquestra que segue massacrando o violão.

Already Dead, confirma o verdadeiro desapego pelo amor perdido. Ele prefere que morra logo esse sentimento, do que o ver sendo desfeito aos poucos. É uma ode à auto-destruição, ao desapego amoroso.

Sunday Sun, acho que é a mais alegre. Tem coisa mais confortante que o sentimento pelo domingo de manhã? Tudo bem que ele vai sendo perdido ao longo do dia. Mas é um sentimento de calma. Tal como essa música tenta nos passar. Como se o pior tivesse passado. Como se ele soubesse que haveria melhoras e um futuro menos obscuro que o presente. Os vocais seguem harmonizados com todos os outros instrumentos.

Little One, parece que ao final do disco as letras tornam-se menos obscuras e pessimistas. Como se a vitalidade retornasse aos poucos para o corpo morto e despedaçado de Beck. Não há o que explicar, a letra é vaga. Para mim não significa nada, mas para Hansen pode dizer tudo e mais um pouco.

Side Of The Road, com o violão em destaque nos lembra Nick Drake. Ele pede ajuda para poder fugir. Fugir do dia a dia massacrante e assassino. Mas também nos cria uma idéia de que todos os seus problemas estão passando pelo lado da estrada principal. Estão indo embora. Aos poucos de forma gradual.

Ship In a Bottle, bonus track. Mas não por isso a menos importante. Segue com vocais harmonizados e sintetizadores moog entre os outros instrumentos padrões. Uma das faixas mais bonitas. E deixada para ser uma bonus track japonesa. Haha.

Acho que esse trecho da Ship In A Bottle define o disco inteiro: "but I know you’re gonna try to live without a love, by and by... but that’s not living, that’s just time going by." Quanto mais tentamos viver sem amor, mesmo que seja amor-próprio, mais perdemos tempo. Não é o tipo de coisa para tentar compreender, se você fica tentando entender e decifrar o que é amar, parabéns, você é um retardado. Nunca vamos conseguir pegar os verdadeiros significados das letras, quanto mais tentarmos explicar aqui, mais confuso vai se tornar. De qualquer forma, aproveitem.


Abraços (não tão) obesos.


Download do disco

domingo, 19 de dezembro de 2010

[Vídeo] U2 - News Year's Day


Uma música bem com a cara do U2, assim que resumo essa faixa do disco War, de 1983, que é uma das minhas preferidas da banda.
Esse show que peguei  o vídeo é do DVD da banda gravado na Irlanda (terra natal dos músicos) e com um nome bem apropriado, Go Home, se você assistir ao show inteiro conseguirá perceber uma energia bem diferente do que dos shows como em Chicago e no Rose Bowl, no Slane Castle(onde o show foi gravado) a banda parece que está mais a vontade, realmente se sentindo em casa.

Mas falando da música..
Uma coisa que sempre admirei em canções de qualquer tipo, é quando um dos músicos começa fazendo um riff ou frase no seu  instrumento e a continua por toda a canção, com poucas variações. Claro que disso o mundo da música está cheio, mas me refiro a aquelas em que o som fica na sua cabeça o dia inteiro..e é exatamente isso que o baixista Adam Clayton faz em "News Year's Day", uma linha simples que se repete e se nivela sobre as outras, ainda mais na versão ao vivo, que fica com uma distorção beem de leve pra dar mais ganho no som. Depois do baixo temos o piano tocado simplória e maravilhosamente pelo The Edge, que também deixa sua marca no microfone, com backing vocals sempre de qualidade e, em algumas músicas, até cantando mais do que o Bono, com a bateria simples e bem marcada de Larry..e quando chega a voz de Bono com sua mais do que incrível presença de palco, aí sim a música se completa de forma maestral.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Morphine - Yes (1995)


Boa noite pra todos os leitores! (: Primeiro acho que devo me apresentar, afinal, eu não sou o Hernan ou o Bruno. Pra quem não me conhece, Viviane, mas faça o favor de só chamar de Viviz. Maaais uma gordinha pro Som de Peso.
E agora sim, vamos ao que interessa: as honras musicais.
Escolhi como álbum pra minha primeira postagem o Yes, o terceiro de estúdio da banda americana Morphine. Um álbum tão bipolar, excêntrico e alternativo quanto eu mesma. haha
Falando um pouco mais sobre a banda: O Morphine foi uma banda formada no finalzinho dos anos 80 pelo gênio musical Mark Sandman que representava uma raridade: um dos poucos baixistas que são vocalistas também. Além dele integravam a banda o saxofonista Dana Colley e o baterista Billy Conway.
O disco sobre o qual vou falar, conta com 12 faixas intensas e extremamente fáceis de gostar. A primeira "Honey White" é a mais animada e contagiante do disco, tendo na sua introdução um solo de sax daqueles que fazem até morto sentir vontade de dançar. É a partir da segunda faixa, "Scratch" que dá pra começar a sentir porquê eu chamo o disco de bipolar. Se Honey White era só felicidade, Scratch apresenta versos que traduzidos para o português diriam algo como "Eu perdi tudo o que eu tinha / Estou começando do zero". Em seguida, é apresentado ao ouvinte a sequência "Radar / Whisper" que é a dose blues do álbum. Ambas as faixas são carregadas desse estilo tanto musicalmente quanto nas letras. E então finalmente chegamos na faixa que dá nome ao álbum. "Yes" é uma mistura de tudo o que você ouviu até agora: tão contagiante quanto Honey White, tão impregnante quanto a letra de Scratch e tão blues quanto Radar ou Whisper. Aprecio demais a escolha dela para denominar o disco, afinal, pra mim, Yes diz muito sobre toda a essência do Morphine enquanto banda. E é então que depois de um bom blues, vem o pop. É só se atentar a maneira como Sandman canta a próxima canção "All Your Way" de letra menos dramática, e melodia mais simples que as demais. O lado sexy (posso chamar de sexy? haha) vem com "Super Sex" em que todos os elementos da música, com o perdão da expressão, dão vontade de transar. (é sério ...) Desde o sax tocado de maneira extremamente sensual até a voz de Mark, super sussurrada. Um deleite (transem com essa faixa, vão por mim). E aí então, quando você não espera mais nenhuma surpresa ... você realmente não tem! "I Had My Chance" parece ser uma daquelas faixas que as bandas colocam nos álbuns apenas pra preenchê-los. Mas então, no melhor estilo poético, vem "The Jury" uma melodia simples, mas perfeita com uma letra inteira declamada. Sandman não dá nenhuma entonação mais cantada a The Jury, apenas pega as palavras e fala, como em um diálogo. Depois disso, você está quase morrendo. Tantas letras profundas, tanto espírito blues/jazz que você já nem mais vê o céu tão azul (dramatizei lindamente, falaê), aí o disco te apresenta "Sharks", uma música que te levanta novamente do mais profundo blues pro espírito em que o negócio começou: o jeito feliz-enjoy the life da primeira faixa. E então faltando apenas duas músicas para o fim é que vocês vão poder perceber e sentir comigo a bipolaridade genial desse disco. A penúltima "Free Love" é uma daquelas melodias agonizantes, que você não sabe o por que, mas sente o porquê de estar sendo puxado aos seus pensamentos mais loucos. O álbum poderia acabar assim ... mas não acaba. Ele guarda para o final, para a última canção, a melhor letra, melodia, interpretação: "Gone for Good" é tão linda, é tão um agrado aos seus ouvidos, é tão pulsante, que eu prefiro nem comentá-la. Vê se pega o link aí e baixa, vai.

Beijos (quase) Obesos.

Download do disco

domingo, 12 de dezembro de 2010

[Vídeo]Red Hot Chili Peppers - Californication


Vou comentar hoje sobre minha banda favorita, o Red Hot Chili Peppers.A banda se formou em 1983, ganhando sucesso e reconhecimento merecido somente em 1988 com o lançamento do disco "Mother's Milk".A canção do vídeo é do álbum "Californication", de 1999, mas a apresentação é do DVD "Live At Slane Castle".

Acho a introdução dessa música uma das melhores já feitas em um show ao vivo.O entrosamento entre John Frusciante, Flea, Chad Smith e Anthony Kiedis é ímpar.
Uma linha de guitarra simples e acompanhada por um contrabaixo frenético, característico de Flea.

Abraços Obesos!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Pata De Elefante - Um Olho No Fósforo, Outro Na Fagulha (2007)

O Pata de Elefante é uma banda brasileira de rock instrumental formada em Porto Alegre.
A banda vem crescendo bastante no cenário independente desde o lançamento de seu primeiro disco, em 2004, e está sempre presente nos principais festivais de música independente do país. O trio já ganhou, em 2009, o VMB de melhor banda instrumental.

"Carpeto Volatore" é a música que da início a esse disco instrumental brasileiro, um slide distorcido puxa a música junto com uma bateria contínua e baixo. Acredito que nos primeiros minutos de música você percebe que a banda já tem uma gama bem grande de estilos que tocam, é possível ver influências do blues, do alternativo, do rock clássico e progressivo. Os licks no slide são muito bem feitos e precisos, e a música tem um peso muito interessante. Uma música surpreendetemente ótima.
A faixa "Solitário" começa com um ar bem anos 80, sabem? Aquela bateria batendo, com um violãozinho no fundo e a guitarra fazendo um solo meloso hahaha. E a música continua dessa forma, apesar de curta, a guitarra tem um som bem marcante e a melodia é bem bonita.
Acho que, por ser uma banda instrumental, muitas músicas tem suas levadas semelhantes. Em "Hey", a base mais rock n' roll entra e acho que todo os instrumentos conseguem equilibrar bem o peso. Não há um instrumento se sobressaindo, apesar da guitarra estar sempre solando. Uma atmosfera meio espanhola está presente nela também, bom, pelo menos me lembrou haha.
A faixa-título tem um estilo diferente de suas antecessoras, com o som de alguns metais acompanhando os outros instrumentos, dando uma bela destacada na música e uma sonoridade muito mais agradável e calma e também.
A curta "Pesadelo Hippie 3" da uma certa tristeza em ser tão curta (47 seg)porque eu realmente gostaria de ouvir ela em uma versão bem longa =/
"Estranha" tem uma introdução meio caipira e a soma disso com o slide resulta numa música bem interessante e com um ritmo mais lento e meio "irônico".
 A música "Marta" tem um riff muito pegajoso que se repete durante toda a música, e novamente tem um ritmo mais lento, só que com um ar mais misterioso na canção, com alguns momentos em que fica bem mais pesada, com viradas nervosas na bateria e finalmente retornando ao lento riff.
Uma atmosfera mais alternativa prevalece na "Presente para Mary O", apesar de ter as bases mais puxadas para o alternativo, os solos  na guitarra podem lembrar bastante o Surf Music dos anos 60.
"Dorothy" tem um orgão no fundo mais destacado, que faz base para uma guitarra bem melodiosa. Essa é uma daquelas que relaxam você por completo quando você está ouvindo. Uma ótima música também.
"Gigante" sim é um ótimo Surf Music, os acordes cheios de Reverb já dão a entender o estilo da música, mas para diferenciar das tradicionais, essa tem uma bateria bem pesada, diferente do surf music habitual, com uma bateria mais de leve e o baixo acompanhando ou fazendo um riff que segue por toda a música. Nessa o baixo da uma mudada incrível na música, não vou saber explicar como. E o solo de guitarra também é de se admirar, apesar de curto.
"Pesadelo Hippie 4" é uma continuação do 3 (obviamente) e eu acredito que tenha o 1 e 2, mas não ouvi o primeiro disco da banda ainda, então não vou falar nada hahaha.
"Da tua irmão eu também gosto" tem novamente o slide puxando a música, e bateria e baixo dando um ritmo muito country, só quebem mais acelerado e com mais viradas, os licks no slide me lembram bastante os de Billy Gibbons, do ZZ Top. Acho que as melhores músicas desse albúm são as com slide.
"Bolero das Arábias" apesar do nome, tem um som bem agressivo, mesmo sendo uma música lenta e com influências do bolero..faltou bem pouco pra essa faixa não virar outro surf music, faltou mais reverb haha, ótima música também, solos de guitarra muito bem colocados e com oscilações mais "psicodélicas" ou progressivas.
O clima havaiano de "Breve visita de Wilson a Nova Orleans" tem um nível de tranquilidade é soberbo hahaha, nessa música só temos a presença de violões e um slide solando.
"Bang Bang" tem o mesmo estilo de sua antecessora, um clima mais relaxante, só que dessa vez com bateria fazendo o ritmo mais lento. Só que é mais longa que a sua anterior.
Um riff pesadíssimo à lá Dick Dale & His Del Tones dá início à "Satuanograso", outra surf music só que mais pesada que as outras, bastante reverb como sempre, para dar o  som único do estilo, provavelmente fizera essa música inspirados no Rei Da Surf Music, Dick Dale. Uma pena ela ser tão curta =/
A música mais longa do disco, com 6:32min de duração, "Don Genaro" é completamente diferente das outras, com influências até da música indiana, podemos ouvir a cítara claramente enriquecendo gradativamente o som da canção. Simplesmente incrível a mistura dos solos de guitarra com a cítara e outros sons indianos mesclando com partes mais psicodélicas, dando um ar bem anos 60, só que contemporâneo. A música indiana é, sem dúvida, uma das mais ricas do mundo. Ah sim, essa música me é familiar também com algumas do The Brian Jonestown Massacre, que tem o mesmo estilo psicodélico dessa faixa.
"Até mais ver" tem um riff bem simpático, e o título da música é bem apropriado, você com certeza vai querer ouvir e "ver" mais sobre essa banda nacional incrível, que com certeza vale a pena ser prestigiada pelos fãs de música de verdade. Uma banda que não mantém nenhum rótulo e toca o que quer do jeito que quer e com uma qualidade de dar inveja em muitos músicos famosos por ae. Recomendo mesmo que procurem ouvir mais essa banda e outros do mesmo gênero!


Download do disco

Abraços obesos!

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Point Blank - Second Season (1977)


O Point Blank é uma banda texana formada em 1974, super desconhecida, mas com um country rock de primeira linha.Infelizmente, a banda acabou em 1982.

Este álbum é de 1977 e lembra muito outras bandas mestras do contry rock como Lynyrd Skynyrd e Crosby, Stills, Nash e Young.

O disco começa com "Party Time Lover" com uma bela introdução no violão combinada com a distorção da guitarra de uma forma muito boa.
Temos depois " Back In The Alley" que parece mais um bluesão caipira, à lá CSNY.

A próxima canção "Rock And Roll Hideaway" poderia ser encaixada facilmente num álbum do Cream, famosa banda de Eric Clapton, se não fosse pelos vocais extremamente rasgados de John O'Daniel's que, não sei por que, me faz lembrar do falecido Bon Scott.

Aí vem minha música favorita "Stars And Scars", num clima mais fim de tarde texano, onde se fica deitado na rede vendo o sol se pôr.Esta é uma canção muito bem trabalhada, com backing vocals bem encaixados e letra muito bonita.Tem ainda a canção "Tattoed Lady" com certeza a mais pesada do álbum,dando uma vontade de pular de bungee jump com a cara e coragem xD.

Enfim, este álbum é uma das pérolas ocultas do country rock e vale a pena ser escutado!

Download do Disco

Abraços Obesos!

domingo, 5 de dezembro de 2010

Andwella's Dream - Love And Poetry (1969)


O Andwella's Dream foi uma banda surgida na Irlanda, mais ou menos na metade dos anos 60.
O nome surreal veio de um sonho do líder da banda, David Lewis.

Este álbum retrata muito bem o final dos anos 60, o clima da psicodelia no ar, com canções pop e cheias de ácido combinadas com belas melodias.

Apesar de ser muito pouco conhecido, é um dos melhores discos psicodélicos da época.Ele é repleto de criatividade e habilidade dos integrantes.

A primeira faixa " The Days Grew Longer For Love " já mostra bem esse lance, começando como uma típica canção do rock sessentista, mas com a entrada de duas guitarras se intercalando de forma extremamente arrepiante.

Depois vem a faixa " Sunday " , a mais rock and roll de todo o disco.A seguir temos " Lost A Number Found A King " é pura psicodelia,um loucura total.

O resto deste maravilhoso disco é meio difícil de descrever, pois são muito boas, com um instrumental excepcional.

Pode ter certeza, você irá baixá-lo meio receoso por causa da capa e da minha falta de comentários, mas dou minha palavra que vocês ficarão de boca aberta com o nível da banda.

Download do disco


Abraços Obesos!

Desculpas

Venho pedir desculpas por ficar afastado um mês do blog,por motivos de estudo ( fim do 3º ano e o principal,vestibular).

No final deu tudo certo,passei no que eu queria.Vou voltar a fazer as postagens normalmente.

Só tenho a agradecer ao blogger/brother Hernan, por ter segurado essa barra pra mim.

Abraços Obesos!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

[Vídeo] Zakk Wylde - Machine Gun Man



Parei pra pensar há dois minutos e me toquei que não havia coloca ele aqui ainda, não sei como, já que eu já até decorei o que acontece em cada segundo desse vídeo e dessa música hahaha.
Esse vídeo com certeza é um dos que eu mais gosto, dentre os vários que eu costumo assistir regularmente sobre música.
Trata-se da versão acústica da música "Machine Gun Man", música que aparece no único disco do projeto que Zakk Wylde fez há alguns anos atrás, o Pride & Glory. Um disco que cobria vários estilos diferentes, ao contrário do metal que estamos acostumados a ouvir com Zakk no Black Label Society ou no seu ex-parceiro, Ozzy Osbourne. Nesse disco o músico abrange desde o rock pesado até o leve country e o blues.
Como eu disse, essa é a versão acústica que Wylde tocou em um programa da MTV da música Machine Gun Man, eu acho que a versão acústica simplesmente arregaça qualquer outra coisa que Zakk Wylde fez na sua ótima e extensa carreira. Ok, sei que muita gente vai discordar disso e dirão que bom é o Black Label e blablabla, mas é o que eu acho, né. Mas todos concordarão que esse vídeo é incrível.
 
Acho que muita gente ainda não viu o músico fazendo esse tipo de coisa com suas músicas, transforma-las em acústicas, deixando-as com um leve ar de blues-rock fascinante que, ao somado com sua poderosa e marcante voz, dão um toque mais do que único na música. As bases complexas do violão intercaladas com licks rápidos e precisos junto com o guitarrista e vocalista que por incrível que pareça consegue cantar tranquilamente, com todo o seu feeling e técnica mesclados numa só música..tudo isso feito por um só cara. Isso é o mais impressionante desse vídeo.

Espero que um dia desses o sr. Zakk Wylde volte a fazer discos como o Pride & Glory!
Abraços obesos