sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Pata De Elefante - Um Olho No Fósforo, Outro Na Fagulha (2007)

O Pata de Elefante é uma banda brasileira de rock instrumental formada em Porto Alegre.
A banda vem crescendo bastante no cenário independente desde o lançamento de seu primeiro disco, em 2004, e está sempre presente nos principais festivais de música independente do país. O trio já ganhou, em 2009, o VMB de melhor banda instrumental.

"Carpeto Volatore" é a música que da início a esse disco instrumental brasileiro, um slide distorcido puxa a música junto com uma bateria contínua e baixo. Acredito que nos primeiros minutos de música você percebe que a banda já tem uma gama bem grande de estilos que tocam, é possível ver influências do blues, do alternativo, do rock clássico e progressivo. Os licks no slide são muito bem feitos e precisos, e a música tem um peso muito interessante. Uma música surpreendetemente ótima.
A faixa "Solitário" começa com um ar bem anos 80, sabem? Aquela bateria batendo, com um violãozinho no fundo e a guitarra fazendo um solo meloso hahaha. E a música continua dessa forma, apesar de curta, a guitarra tem um som bem marcante e a melodia é bem bonita.
Acho que, por ser uma banda instrumental, muitas músicas tem suas levadas semelhantes. Em "Hey", a base mais rock n' roll entra e acho que todo os instrumentos conseguem equilibrar bem o peso. Não há um instrumento se sobressaindo, apesar da guitarra estar sempre solando. Uma atmosfera meio espanhola está presente nela também, bom, pelo menos me lembrou haha.
A faixa-título tem um estilo diferente de suas antecessoras, com o som de alguns metais acompanhando os outros instrumentos, dando uma bela destacada na música e uma sonoridade muito mais agradável e calma e também.
A curta "Pesadelo Hippie 3" da uma certa tristeza em ser tão curta (47 seg)porque eu realmente gostaria de ouvir ela em uma versão bem longa =/
"Estranha" tem uma introdução meio caipira e a soma disso com o slide resulta numa música bem interessante e com um ritmo mais lento e meio "irônico".
 A música "Marta" tem um riff muito pegajoso que se repete durante toda a música, e novamente tem um ritmo mais lento, só que com um ar mais misterioso na canção, com alguns momentos em que fica bem mais pesada, com viradas nervosas na bateria e finalmente retornando ao lento riff.
Uma atmosfera mais alternativa prevalece na "Presente para Mary O", apesar de ter as bases mais puxadas para o alternativo, os solos  na guitarra podem lembrar bastante o Surf Music dos anos 60.
"Dorothy" tem um orgão no fundo mais destacado, que faz base para uma guitarra bem melodiosa. Essa é uma daquelas que relaxam você por completo quando você está ouvindo. Uma ótima música também.
"Gigante" sim é um ótimo Surf Music, os acordes cheios de Reverb já dão a entender o estilo da música, mas para diferenciar das tradicionais, essa tem uma bateria bem pesada, diferente do surf music habitual, com uma bateria mais de leve e o baixo acompanhando ou fazendo um riff que segue por toda a música. Nessa o baixo da uma mudada incrível na música, não vou saber explicar como. E o solo de guitarra também é de se admirar, apesar de curto.
"Pesadelo Hippie 4" é uma continuação do 3 (obviamente) e eu acredito que tenha o 1 e 2, mas não ouvi o primeiro disco da banda ainda, então não vou falar nada hahaha.
"Da tua irmão eu também gosto" tem novamente o slide puxando a música, e bateria e baixo dando um ritmo muito country, só quebem mais acelerado e com mais viradas, os licks no slide me lembram bastante os de Billy Gibbons, do ZZ Top. Acho que as melhores músicas desse albúm são as com slide.
"Bolero das Arábias" apesar do nome, tem um som bem agressivo, mesmo sendo uma música lenta e com influências do bolero..faltou bem pouco pra essa faixa não virar outro surf music, faltou mais reverb haha, ótima música também, solos de guitarra muito bem colocados e com oscilações mais "psicodélicas" ou progressivas.
O clima havaiano de "Breve visita de Wilson a Nova Orleans" tem um nível de tranquilidade é soberbo hahaha, nessa música só temos a presença de violões e um slide solando.
"Bang Bang" tem o mesmo estilo de sua antecessora, um clima mais relaxante, só que dessa vez com bateria fazendo o ritmo mais lento. Só que é mais longa que a sua anterior.
Um riff pesadíssimo à lá Dick Dale & His Del Tones dá início à "Satuanograso", outra surf music só que mais pesada que as outras, bastante reverb como sempre, para dar o  som único do estilo, provavelmente fizera essa música inspirados no Rei Da Surf Music, Dick Dale. Uma pena ela ser tão curta =/
A música mais longa do disco, com 6:32min de duração, "Don Genaro" é completamente diferente das outras, com influências até da música indiana, podemos ouvir a cítara claramente enriquecendo gradativamente o som da canção. Simplesmente incrível a mistura dos solos de guitarra com a cítara e outros sons indianos mesclando com partes mais psicodélicas, dando um ar bem anos 60, só que contemporâneo. A música indiana é, sem dúvida, uma das mais ricas do mundo. Ah sim, essa música me é familiar também com algumas do The Brian Jonestown Massacre, que tem o mesmo estilo psicodélico dessa faixa.
"Até mais ver" tem um riff bem simpático, e o título da música é bem apropriado, você com certeza vai querer ouvir e "ver" mais sobre essa banda nacional incrível, que com certeza vale a pena ser prestigiada pelos fãs de música de verdade. Uma banda que não mantém nenhum rótulo e toca o que quer do jeito que quer e com uma qualidade de dar inveja em muitos músicos famosos por ae. Recomendo mesmo que procurem ouvir mais essa banda e outros do mesmo gênero!


Download do disco

Abraços obesos!

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