segunda-feira, 29 de novembro de 2010

[Vídeo] Green Day - Longview


Acho que todo mundo já ouviu falar de Green Day e até quem está por fora já deve ter ouvido umas músicas deles, né?
O problema é que muita gente anda ouvindo só o que o Green Day faz hoje em dia e não o que eles fizeram lá pros anos 90, que foi, na minha opinião, a melhor fase da banda.
No vídeo que estou disponbilizando aqui, dá pra ver que os caras eram bem novos ainda..ta certo que eles não são senhores hoje em dia, mas nesse vídeo da pra ver que não estavam nem perto dos 30 anos de idade e pulavam muito mais do que pulam agora, levando em conta que eles ainda agitam MUITO em seus shows ate hoje. Mas acho que back to the 90's a gente podia perceber aquela energia somada com a rebeldia das letras, da música e dos caras.

Não sei ao certo de que ano que é esse vídeo, acredito que seja entre 1993/1995, alguma coisa por ae, me corrijam se eu estiver errado, por favor =D.
Acho que o principal motivo por ter escolhido essa música foi a linha de baixo inconfundível e completamente, absurdamente, abundantemente maravilhosa..apesar de um tanto quanto simples. Mike Dirnt realmente se superou nessa música, com uma linha que se repete por quase toda a música e que tem um poder na sua cabeça que te faz pegar seu baixo ou seu violão ou qualquer outra coisa que emita sons e tentar tirar e tocar junto.
E o fato da canção começar só com uma introdução de bateria que antecede esse baixo poderoso de Mike, dá mais destaque ainda ao trabalho desse baixista simples e incrível.
Dá pra perceber claramente o som do Fender Precision diferenciando de vários outros modelos de baixos, os agudos do P-Bass realmente encaixam com maestria no punk.
A voz de Billie Joe entra "limpa", sem sua guitarra blue extremamente distorcida, o que da continuidade ao baixo de Dirnt e à bateria de Tré Cool.
Acho que o mais bacana dessa música são as "oscilações" de velocidade, agressividade e tempo..coisa que muda bastante a atmosfera dando um toque bem original.

Ah sim, uma curiosidade pra lá de interessante: Mike Dirnt escreveu essa linha de baixo que eu vangloriei e "endeusei", sob o efeito de LSD. Billie Joe conta a experiência que foi bem engraçada em um programa de entrevistas estadunidense no qual não me vem o nome à cabeça no momento, mas um dia eu coloco-o aqui..se eu achar em uma qualidade bacana. =]

Abraços obesos!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

The Brian Jonestown Massacre - Thank God For Mental Illness (1995)

Antes de mais nada (Ou de acabar esquecendo), quem escreveu esse post não fui eu (Hernan) nem o Bruno e sim nosso amigo Gabriel, o maior fã de BJM (um dos únicos) e já que ele estava me pedindo pra escrever algo sobre a banda desde que criamos o blog, decidi dar as honras à ele e deixa-lo escrever o post para postar nesse maravilhoso blog. Mas antes vou dar uma introdução básica sobre a banda e etc.
O Brian Jonestwon Massacre é uma banda criada em meados dos anos 90 em San Francisco na Califórnia, e é até que bastante conhecida lá fora, principalmente nos EUA, enquanto que aqui no Brasil é raro você achar alguém ouvindo-a (mas, claro, sempre acha)
A banda ganhou bastante fama por causa de seus concertos barulhentos e das muitas brigas entre os integrantes durante as apresentações (sempre por culpa do vocalista e multi-instrumentista, Anton Newcombe)
A banda tem váários integrantes para as mais variadas funções, da guitarra até a meia-lua, dando um som bem único e extremamente rico para o grupo.

Agora fiquem com a parte do Gabriel. Abraços obesos =]

O disco começa com a hispânica “Spanish Bee”.  Com grande influência do flamenco, o que mostra a grande mescla de ritmos e sons que formam o subestimado BJM. Como de costume Anton Newcombe, vocalista e multi-instrumentista (ele consegue tocar aproximadamente 80 instrumentos haha) gravou essa música sozinho, os violões, percussão e vocais.
“It Girl” é a segunda faixa e cria uma atmosfera mais folk, lembrando ao começo de carreira dos Stones. Também nela percebemos o uso da famosa Vox teardrop, guitarra favorita de Anton Newcombe, que era usada  por Brian Jones entre os anos iniciais dos pedras rolantes.
“13” é uma mistura de blues e country. A letra aborda um tema um tanto quanto machista e pedófilo (haha), percebemos isso só por esse trecho: “you’re the girl I’d marry, if you’d only take my hand. well i know you’re only 13 honey, but i hope you understand“
Vamos agora a minha faixa favorita, não apenas do disco mas da carreira inteira do BJM. “Ballad Of Jim Jones”. Seu título faz referência ao reverendo Jim Jones, fundador da Jonestown na Guiana, também responsável pelo suicídio coletivo de aproximadamente 900 pessoas (seus seguidores eram capazes de se matar por ele, e alguns homens chegavam a ter casos homossexuais com o sujeito). Anton Newcombe nunca foi um cara normal. Percebemos isso porque ele faz cultos a pessoas como Charles Manson e o próprio Jim Jones, e acabou por dedicar essa música ao seu “ídolo”. O uso de gaitas cria uma aproximação a harmônica desafinada de Bob Dylan. “Ballad Of Jim Jones” dá um ar bem folk 60’s ao disco.
“Those Memories” é um folk-country bem simples com os vocais emprestados de Miranda Lee Richards que entram em harmonia com o timbre desafinado de Anton Newcombe.
“Stars” faz referência ao folk-psicodélico do final dos anos 60, tais como Donovan, The Incredible String Band, entre outros...  Provavelmente a mais melancólica do disco inteiro. Mas não por isso que não é boa.
“Free and Easy, Take 2” segue os moldes de “Those Memories” e dá uma animada no disco por ter uma base no folk e no country. Com vocais bem harmonizados entram em conjunto com o violão e a harmônica. É uma boa música, apesar da simplicidade nas letras e nos acordes.
“Down” , a música mais chata do disco inteiro, é algo que ao ouvir nós pensamos e percebemos o quão inútil é sua presença no álbum. Talvez a mais melancólica depois de “Stars”.
“’Cause I Love Her” é usada também no álbum “Their Satanic Majesties’ Second Request” só que com o nome de “(Baby) Love Of My Life”. Sua melodia cria uma nostalgia e é o tipo de música que conseguimos escutar 200 vezes seguidas, e sem se cansar, talvez por ter apenas 1:14 de duração.
“Too Crazy To Care” sem sair da linha e dos moldes do “Thank God...” (e começando com o típico 1-2-3, 1-2-3. Haha). Essa música com suas guitarras psicodélicas nos lembram do folk rock e o rock psicodélico dos anos 60, e mesmo sendo instrumental consegue dizer tudo sem letra alguma.
“Talk-Action=Shit”, nessa faixa Anton critica a música do cenário atual (no caso dos anos 90), e provavelmente faz uma crítica a Courtney Taylor-Taylor, ao mesmo tempo seu melhor amigo e pior inimigo, vocalista dos Dandy Warhols que aparece no documentário DiG! mostrando a desastrada e subestimada carreira do BJM enquanto os Dandies seguiam rumo ao sucesso e mainstream.
“True Love” Aos moldes de “Stars” segue uma linha melancólica voltada ao folk psicodélico dos anos 60.
“Sound Of Confusion” é a faixa mais longa com seus poucos 33:03 de duração. Anton reuniu todo o BJM no estúdio e juntos eles gravaram sua introdução que imita uma rua movimentada. O barulho dos carros foram feitos por Anton, Joel e Matt com as próprias bocas (como eles conseguiram isso, eu não sei. Porque os sons de carros são muito parecidos com carros reais). A música engloba 5 outras músicas, “Fire Song”, “Fuck You For Fucking Me”, “Spun” (que seria lançada mais tarde sozinha no Strung Out In Heaven de 98), “Kid’s Garden” (lançada no seu ep inicial Spacegirl & Other Favorites) e “Wasted” (também lançada anteriormente no depressivo Methodrone). Apesar de longa é uma faixa interessante e faz uma mescla de estilos que abordam desde o shoegaze e jangle pop.

Abraços (não tão) obesos. 

sábado, 20 de novembro de 2010

The Velvet Underground - Loaded (1970)

Já que Lou Reed fará apresentações aqui esses dias e que ontem eu peguei autógrafo e foto com ele e estou empolgado por conta disso até agora, vou colocar aqui um disco do mesmo, na verdade não é exatamente só do Lou Reed, é da banda que fez ele ficar famoso, a famosa The Velvet Underground. E não vou colocar o mais do que clichê Peel slowy and see porque senão não teria graça hahaha, vou colocar um que é um pouco menos conhecido se comparado com esse, mas é igualmente bom, pessoalmente é o meu favorito da banda. O Loaded de 1970.
Nesse 4º disco do Velvet que já não tem a presença de Nico (que foi expulsa da banda depois da gravação do The Velvet Underground and Nico, em 1967), dá pra perceber uma sonoridade diferente se comparado ao primeiro da banda, que era bastante experimental. Acho esse um pouco mais pop do que os seus 3 antecessores. Nesse albúm há também algumas músicas que acabaram trazendo mais fama ainda para a banda, "Who loves the sun", "Sweet Jane", "Oh! Sweet Nuthin'" são alguns exemplos.

"Who loves the sun" é a primeira música do disco e tem um ar bem pop, se você estiver levando em consideração os anos 60 e começo dos 70, obviamente. Tem aquele ar bem hippie, com um instrumental calmo e backing vocals bem sossegados. A voz bem relaxante de Lou é de estranhar um pouco, pelo menos pra mim que to acostumado a ouvir a voz dele oscilando mais para os graves e tal.
Uma música que fez um bom sucesso quando foi lançado o disco foi "Sweet Jane", essa faixa me lembra um pouco ainda as do primeiro LP do grupo, apesar do ar pop ainda estar bem perceptível ana atmosfera da música, mas acho que a levada da música ainda tem bastante influência do albúm de 1967 e também de Andy Warhol. O que difere principalmente uma coisa da outra é a voz que é meio "limpa" e não aquela coisa mais arrastada dos primeiros albúns do conjunto.
Na sequencia temos "Rock & Roll", essa canção me pareceu bem moderna para a época em que foi lançada, muitas bandas de rock n roll decente de hoje em dia fazem um som "novo" muito igual ao som dessa música, claro que o som das guitarras e da gravação no geral ainda tem aquele nível meio baixo da época, mas quando você ouve essa faixa você consegue ter mais ou menos uma idéia da influência de Reed e do VU para toda a música até hoje, e não só a alternativa.
"Cool it Down" começa já com Lou Reed e a banda cantando juntos a letra com um instrumental bem básico numa bateria mais básica ainda, novamente a influência do pop da época prevalece, principalmente na parte do refrão e do instrumental, não dá pra ver quase nada do estilo que os fizeram ficar famosos nos anos 60. Falando dessa forma, quem lê acha que estou criticando negativamente a canção e até o albúm, muito pelo contrário..se eu não gostasse dessa música tem teria comentando sobre ela, mas é só pra ver se da pra perceber melhor a diferença de um albúm para o outro =D
A "New Age" é uma um pouco mais demorada e lenta, nessa sim podemos ver mais do Velvet antigo, a mescla do alternativo com o pop nessa ficou bem legal, como se fosse uma espécie de balada alternativa e tal.
O instrumental de "Head Held High" é rápido e seus vocais um pouco mais gritados me lembram um pouco o som do Creedence, a música é bem acelerada e tem uma energia bem legal se comparada com as outras do albúm.
Acho que a próxima é uma das melhores do disco, "Lonesome Cowboy Bill" tem aquele ar bem pop dos anos 60/70 e com o instrumental bem simplório enquanto Reed divide os vocais com o  resto da banda nos backing vocals, a diferença dessa música acredito que seja no refrão que é bem grudento e repetitivo, com uma letra bem simpática também.
Outra que puxaram bastante para a influência do primeiro albúm é "I found a Reason", na verdade ela é mais puxada pro pop-rock mais lento, tipo aquelas bandas mais hippies mesmo e coisa assim, mas acho que devido a lenta progressão da musica, nos da a impressão de ser mais alternativo.
Um riff no baixo muito bom abre "Train round the bend", acho que nessa música podemos ver uma sonoridade bem parecida com a sua anterior, tirando que não é lenta, é um pouco mais acelerada e com vocais mais entusiasmados. Bem rock n roll essa, outra que me lembra o Creedence Clearwater Revival.
Para fechar esse albúm que eu achei relativamente moderno para a época na qual o mesmo foi lançado, a banda toca outra que fez bastante sucesso na época, "Oh! Sweet nuthin'" é a mais longa do disco, com quase 7 minutos e meio de duração, essa sim acho que fica bem claro a mistura do pop com o alternativo de um jeito bem bacana e avançado pra época, acho que nessa eles fizeram coisa que só iam virar moda mesmo nos anos 90 pra cima.

Abraços obesos

Download do disco

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Jackass Number Two - Soundtrack (2006)

Mais uma trilha sonora será postada aqui no blog, dessa vez é de uma série que virou filme e que tooodo mundo com certeza já conhece, já assistiu aos filmes e possivelmente já fez alguma peripécia inspirado nesses idiotas sem noção que fazem até o cara mais sério dar risada hahahaha.
O disco é da trilha sonora do segundo filme da série, o Jackass Number Two, no albúm tem diversos estilos de música e bandas que vou comentar aqui uma por uma (vou tentar fazer isso ficar bom)


A primeira música do disco é a "If You're Gonna Be Dumb" do Smut Peddlers, uma espécie de punk com uma pitada de rockabilly no meio, com uma letra que combina mais do que perfeitamente com a natureza de todo o elenco de Jackass!! Uma daquelas músicas divertidas que combinam perfeitamente com skate.
Agora é a música do "Party Boy", uma espécie de personagem de Chris Pontius que fica dançando com uma sunga minúscula no meio da rua....e a trilha sonora dessa pérola ficou com Karen O. e sua música "Backass", num vou saber explicar como é o estilo dessa música, mas ela é bem viciante, principalmente após você ver o Pontius dançando com umas indianas ao som dessa música hahaha.
Um riff bem pesado é o começo da "MF From Hell" do The Datsuns, outra que é meio punk com rock clássico, com vocais gravados em um daqueles microfones especiais pra gaita (o som pelo menos é bem parecido). Essa música me da uma estranha sensação de querer fazer uma merda bem ao estilo Jackass mesmo..
"All my friends are dead" do Turbonegro tem como introdução um riff mais pesado ainda seguido de uma música mais hardcore que tem um refrão incrivelmente repetitivo e grudento, que é muito foda! Depois ainda há um solo muito bom na guitarra, uma música que te faz viajar bastante e com uns vocais bem legais também.
A próxima faixa é a da cena da gangorra com o touro e que fica a cargo do The Vandals com a música "Urban Struggle", ela é meio que um country-punk muito louco, até os vocais são mais puxados ainda para o country, rápidos e com um sotaque bem característico, com o um instrumental bem clássico do country só que com a distorção e peso da música punk, uma puta música da hora!
Um começo que lembra o The Prodigy começa, mas não são eles, e sim o Cakecutter tocando "Fly", essa música me lembrou bastante algumas das músicas que tocavam na Road Rash e no Gran Turismo, da época que eram de Playstation 1 ainda (viajei demais), mas enfim, uma música bem bacana que tem os vocais com aquele ar de microfone mais antigo e com um vocal feminino muuuito bom.
Impossível alguém não conhecer a próxima, nem eu me lembrava disso, mas no filme temos a clássica "A little less conversation" de Elvis Presley, e não aquela versão que vemos no Ocean's Eleven que é toda mixada(mas é muito boa também), essa é a versão original desse clássico do Rei do Rock. Acho que ela meio que dispensa comentários, né?
"Cut Your Hair" do Pavement é aqueles músicas de bandas americanas de filme adolescente, a música é muito acima de média dessas músicas, tem um ar até meio que cult misturado com um ritmo bem relaxante e tal, não sei muito bem o que está fazendo num filme desses, mas que é bem legal..ela é.
"Karazy" é cantada pelo próprio integrante do grupo, Chris Pontius, uma música meio curta mas que é muito legal, a voz mais rouca e meio boba de Pontius da um destaque nela, e é mais uma que me lembra as do jogo Road Rash.
Acho que essa é a mais pesada do albúm, pelo menos a banda dispensa apresentações.."Spill The Blood" do Slayer começa com um riffizinho dedilhado como se num quisesse nada e logo podemos ouvir as bases distorcidas e pesadíssimas de Kerry King entrando com Lombardo, Jeff e Tom Araya. Tenho quase certeza de que quem solicitou essa música foi Bam Margera, skatista mundialmente conhecido que também faz parte do grupo e já teve sua própria série, meio parecida com Jackass..o Viva La Bam! Mas voltado para a música, basicamente é um típico Slayer, toda a distorção casando com a voz do baixista Tom Araya de um jeito incrível (só fui parar pra perceber esse detalhe ouvindo essa música agora).
Se me lembro bem a próxima música é a da cena das cobras na piscina de bolinha, com Josie Cotton catando "Johnny, are you queer?" uma música bem divertida, da parte instrumental até as letras podemos perceber o ar bem satírico da faixa. Muito boa também.
Finalmente temos um puro country aqui, Roger Alan Wade cantando "Sometimes I don't know if i'll make it", música que tem só a voz de Roger com dois violões bem simpáticos tocando uma levada muito boa, quem ouvir vai tentar tirar no violão depois.
E na última música do disco temos também uma última pérola, todo o elenco de Jackass cantando e interpretando (em vídeo) a música "The Best Of Times", a música ficou boa e engraçada, ainda mais com as incríveis desafinadas de metade dos caras, especialmente Steve-O. Mas o engraçado mesmo é o vídeo, se possível procurem no YouTube que vocês com certeza acharão.

Abraços Obesos!

Download do disco

"Hi! I'm Johnny Knoxville! Welcome to Jackass!"

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

[Vídeo] Chico Buarque - Tanto Mar


Estou colocando outro vídeo aqui no blog, um que eu estava querendo postar já fazia um tempo e sempre acabava me esquecendo ou adiando.
Bom, como nunca havia postado nada do Chico aqui no blog, achei que já tinha passado da hora de fazê-lo.

O vídeo é de sua música "Tanto Mar", música que Chico Buarque compôs para homenagear a Revolução dos Cravos, que ocorreu em 25 de abril de 1974, em Portugal, revolução que pôs fim ao regime ditatorial  que estava no poder desde 1933.
A música foi censurado nos dois países, Brasil e Portugal..já que falava de uma revolução social que, de fato, havia dado certo, mas que ao final não resultou em absolutamente nada, já que os que tomaram o poder acabaram fazendo o mesmo que os seus antecessores e a revolução "acabou mudando de caminho", usando as palavras do músico.
Em conta desses dois fatos que escrevi acima, Chico Buarque decidiu alterar a letra da música, para tentar projetar uma imagem do presente e do futuro de Portugal após esse acontecimento histórico.

Mas nem preciso mais tentar explicar história, já que antes da música o próprio Chico conta um pouco da história da revolução e da composição.

Abraços obesos.

"Manda urgentemente algum cheirinho de alecrim"

terça-feira, 9 de novembro de 2010

[Vídeo] Nando Reis - Mantra



Uma música bem conhecida por todos, mas decidi postar aqui pra quem não lembrava poder relembrar e pra alguém que não conhece ou conhece e quer ouvir de novo apreciar essa canção de um dos grandes compositores brasileiros da atualidade.
Nando Reis após sair do Titãs se lançou em uma incrível e promissora carreira solo com sua banda de apoio Os Infernais. Nesse vídeo e nessa música podemos ver um pouco da poesia do compositor combinada com a diversidade de estilos, culturas, músicas e etc que existem em todo o mundo, mas principalmente em larga escala em nosso país, que agrega a todos de forma igual (pelo menos segundo a lei)

Bom, a música chama-se Mantra e nela podemos claramente ver a presença do Movimento Hare Krishna, associação religiosa e filosófica criada em Nova York em 1966 pelo indiano Srila Prabhupada e que foi trazida para o Brasil nos anos 70.
Na canção temos uma mescla de tabla, violão, sitar, bateria, slide guitar, teclado, pratos e vários outros instrumentos indianos e alguns ocidentais, tudo isso com a voz propagadora de tranquilidade de Nando Reis e os vocais mais do que alegres e estimulantes das "backing vocals" do Movimento Hare Krishna.

Bom, a música é simplesmente demais..uma daquelas que alegre até o maior dos enfermos que está trancafiado em algum quarto de hotel sem visitas de familiares e esquecido pelos amigos.

Abraços obesos!

domingo, 7 de novembro de 2010

Raul Seixas e Marcelo Nova - Panela do Diabo (1989)

Esses dias me toquei que não havia postado absolutamente nada do Raul no blog até agora!
Então procurei entre meus vinis algum dele pra postar e achei o Panela do Diabo, último disco da carreira de Raulzito, lançado no mesmo ano em que nos deixou, e com a parceria de ninguém menos que Marcelo Nova, vocalista do Camisa de Vênus..que foi e ainda é uma das grandes bandas do nosso país.

A primeira música do disco é uma só com vocais e tem menos de 30 segundos..uma versão dos dois para a música "Be Bop A Lulla".
Colada na que acabei de comentar, temo a "Rock N' Roll" que abre com um riff de guitarra e depois podemos ouvir uma pegada meio de blues e depois a voz de Raul Seixas, já muito debilitada devido a sua doença que o venceria alguns meses mais tarde. As letras desse disco contam histórias dos músicos, na vida pessoal, na profissional e etc. Nessa faixa, por exemplo, Marcelo Nova canta "Eu não podia aparecer na televisão pois minha banda era nome de palavrão", referencia ao nome do Camisa de Vênus, que tinha muita censura na época. Contam também das mulheres, dos fãs chatos e de tudo o que eles passaram desde que entraram no mundo da música e do Rock N' Roll principalmente.
Seguindo, vem a belíssima "Carpinteiro do Universo", de novo temos os músicos dividindo os vocais, como se estivessem conversando e lamentando sobre seus modos de viver, de escrever e de como quiseram levar a vida de um jeito difícil de aceitar. Há um solo de slide muito bonito e muito bem tocado nessa música, com violões no fundo e a voz muito cansada de Raul dando um ar mais melancólico à faixa com as frases "O meu egoísmo é tão egoísta que o auge do meu egoísmo é querer ajudar". Essa música fala, principalmente, do jeito dos dois de sempre procurarem ajudar alguém mesmo nas situações impossíveis.
Outra faixa com um som lento e triste, "Quando eu morri" começa tem a voz de Marceleza e a letra me parece que fala do uso e abuso de drogas de ambos, principalmente por parte do vocalista do Camisa.
"Banquete de lixo" tem uma história bem engraçada que aconteceu com Raul quando estava em Nova York. Estava ele bêbado, como sempre, no meio da cidade e com fome, quando avistou uma lata de lixo e foi procurar o que comer lá dentro, encontrou e coisas que, como disse para Jô Soares, eram muito chiques: Ketchup, coxa de frango e coisas assim, quando de repente aparece um sujeito vestido de palhaço e começa a acompanha-lo no verdadeiro banquete de lixo de Raulzito. Mas a letra não fala somente desse causo hahaha. Raul também canta sobre o seu show em Serra Pelada, quando, minutos antes da apresentação começar, o músico teve uma dor de barriga terrível e foi pro lado de fora pela porta dos fundos do estabelecimento se aliviar no meio da rua, quando alguns fãs o avistaram e foram pedir autógrafos, Raul, com toda sua simpatia, começou a autografar o que eles pediam enquanto relaxava agachado na escuridão do beco onde se encontrava. No meio da música, Raul Seixas manda um abraço e um "até logo" para Marcelo Nova, meio como se fosse uma despedida de verdade..acho que só ouvindo pra você perceber como é triste esse adeus de Raul. Mas a música é muito boa! E quanto a essas histórias, você pode entende-las melhor e mais detalhadamente se procurar pela entrevista que Raul deu a Jô Soares em 89, essa foi a última entrevista de Raul antes de partir.
Um piano da início em "Pastor João e a Igreja Invisível", uma crítica escancarada a igreja, religiões e os pastores pedófilos e ladrões que estão em todo o nosso país roubando todo o dinheiro do povo que faz suas doações com a melhor das intenções. A música é no estilo gospel (não podiam ter achado outro mais apropriado xD) e Raul e Marcelo fazem o papel de pastores nessa música que tem uma letra simplesmente incrível e com um refrão pegajoso que nem Trident quando gruda no canto da nossa boca..e também há um solo muito bom de orgão na música. Versos como "..vendo barato a minha água benta, 3 prestações qualquer um pode pagar" e "O sucesso da minha existência está ligada ao exercício da fé, pois se ela remove montanhas, também trás grana e um monte de mulher". Na minha opinião, essa é a melhor música desse grande albúm e a que tem a letra mais atual.
Mais uma com ritmo lento, a letra de "Século XXI" me parece falar de que o mundo está a mesma merda sempre, não importa a época: "Se você correu, correu, correu tanto e não chegou a lugar nenhum, baby, oh baby. Bem vindo ao século 21"
Outra música muito boa desse albúm é a que falarei agora, "Nuit" começa com a bateria fazendo uma pequena introdução e depois Raul começa com as palavras "Eu, eu ando de passo leve pra não acordar o dia, sou da noite o companheiro mais fiel que ela queria" esse refrão se repete diversas vezes pela faixa que tem uma letra muito boa e é cantada só por Raulzito. E a canção tem também uns backing vocals femininos que dão um lindo toque nela.
De novo temos uma pequenina introdução de bateria em "Best Seller" e um ritmo bem de rock nacional e com as vozes de Raul e Marcelo juntas de novo. Essa música tem um ar bem tranquilo e o ritmo é daqueles que todos simpatizam, com um toquezinho bem de leve do blues-rock nacional que esses caras faziam nos anos 80.
"Você roubou meu vídeo cassete" fala de mulheres muito ciumentas com qualquer coisa, e podemos ver váárias metáforas no meio da composição e uma atmosfera bem engraçada nessa penúltima música do albúm.
A última música desse LP é "Cãibra no pé" tem somente a voz de Marcelo Nova e percebo que meio que ele manda uma mensagem para todos os ouvintes serem rápidos e espertos nesse país em que todo mundo quer levar vantagem em cima dos outros (foi o que eu entendi). "Se você vacilar, neguinho vai chupar sangue do pescoço"

Panela do Diabo é um dos discos mais importantes da carreira de Raul Seixas e Marcelo Nova e, principalmente, um dos discos mais importantes do rock n roll nacional e da música brasileira no geral. Marca o encontro de duas lendas da composição e do rock brasileiro, dois músicos que mudaram o modo de pensar de toda uma sociedade e que trouxeram esse estilo musical maravilhoso para o nosso amado país. Dois baianos que mostraram para todo o Brasil que a Bahia não tem apenas axé e carnaval.


Download do disco

Abraços obesos!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

[Vídeo] Bob Marley & The Wailers - Stir It Up



Hoje vou colocar aqui um vídeo do grande homem que foi Bob Marley, um dos músicos mais conhecidos e adorados do mundo todo.
Em todos os lugares você vai achar alguém ou um grupo de pessoas que são apaixonadas por esse cara. E não só em todos os lugares mas como dentro de todos os estilos..rock, metal, thrash metal, progressivo, psicodélico e etc, todos conhecem Marley e muitos o admiram como músico e ser humano.

Estou postando aqui um vídeo dele junto com o The Wailers, banda que o acompanhou grande parte de sua carreira e que, ao lado de Bob, escreveram e lançaram grandes sucessos do Reggae.
A música não é desconhecida, acho que até os que não são muito familiarizados ou chegados em reggae já devem te-la ouvido uma vez, chama-se "Stir It Up" e apesar de o vídeo acabar meio que de repente, podemos ver o talento de Peter Tosh na guitarra com seu wah - wah e do resto dos Wailers te "brisando" por tabela com toda sua habilidade musical. hahaha
Essa música, como quase todas de reggae e principalmente as de Marley, te deixa extremamente relaxado e alegre com seu ritmo lento e pegajoso e sua batida típica desse estilo incrível que quase todos simpatizam.
Você gostando ou não do reggae, tem que respeitar a influência positiva que Bob Marley  deixou para todos.


Abraços obesos.

"Stir it up, little darling, stir it up.."

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dropkick Murphys - The Warriors Code (2005)

Dropkick Murphys é uma banda estadunidense de Celtic Punk/Hardcore Punk formada em Massachusetts. O som da banda é muito influenciado pelo hardcore e, principalmente, pela música irlandesa. Apesar de haver bastante controvérsia sobre o nome da banda e sua origem, a explicação mais convincente é de que o nome veio de uma clínica de reabilitação, a "Dropkick Murphys".

O disco que mostrarei aqui hoje é o The Warriors Code, de 2005, que foi um dos discos mais vendidos da banda e que alcançou consideráveis posições nos ranking's através do mundo, ainda mais para uma banda de celtic punk.
A gaita de foles e o piano dão início a "Your Spirits Alive" de um jeito bem calmo e te lembra bastante alguma música dos anos 80..aquelas bem broxantes hahaha. E essa imagem permaneceria em sua mente se não fossem os próximos segundos, quando a gaita e o piano dão espaço para o peso do punk e a voz berrada dos vocalistas (muitas das músicas do Dropkick Murphys tem seus vocais divididos entre os integrantes). Com essa canção você, brasileiro, percebe que vai começar a ouvir uma coisa bem diferente do que está acostumado, a incrível e inusitada mistura de punk com a música irlandesa (mistura inusitada para nós, brasileiros) parecem se dar tão bem que você fica louco pra achar algum amigo que toque gaita de foles pra te acompanhar em alguma nova banda.
Com a música "The Warriors Code" você consegue confirmar que a mescla de estilos da primeira faixa não era só uma coisa passageira, como uma experiência do grupo pra ver se ficava legal (apesar da banda tocar esse estilo há anos). Aqui temos outra que mistura vários vocais, com o punk e a fabulosa gaita de foles, bem aguda, fazendo toda a diferença do mundo na sonoridade da banda.
"Captain Kelly's Kitchen" é uma música que me lembra um pouco o som do Matanza...letras falando de piratas, embarcações, bebida e etc. Tirando o seu final bem clichê do blues, a música segue o mesmo estilo das outras mas só que dessa vez com mais influência "das docas", você com certeza se lembrará de Piratas do Caribe ouvindo-a hahahaha.
Um riff de guitarra abre "The Walking Dead" e nessa canção temos a ausência dos instrumentos celticos e da música irlandesa, mas claro que não totalmente. Mesmo só com o básico (guitarra, baixo, bateria) ainda conseguimos perceber um som bem diferente do punk e hardcore cru.
E como se fosse uma continuação de sua antecedente, "Sunshine Highway" se parece muito com a que acabei de comentar, mas nessa temos a volta da gaita de foles no fundo dando uma atmosfera bem diferente e um ritmo um pouco diferente de sua anterior.
Em "Wicked Sensitive Crew" a bateria e a gaita entram de um modo que me lembrou bastante aqueles festivais americanos que acontecem mais no interior (to falando besteira demais) mas ela segue a levada de suas antecedentes, mas senti que nessa a gaita de foles prevalece um pouco sobre os outros instrumentos.
"The Burden" é um punk clássico, apesar de não ter todo o peso do punk, mas tem um refrão muito grudento e um ritmo bem simpático que combinam bem com as vozes dos vocalistas. Essa é mais uma que não ouvimos a influência irlandesa dos integrantes do grupo.
Tendo a mesma sonoridade da anterior, "Citizen CIA" se difere da que falei agora na questão do peso. Uma música com um peso bem marcante das guitarras distorcidas e rápidas, tão rápidas quanto a duração da música que te faz colocar pra ouvir de novo, porque é muito boa.
"The Green Fields of France" não tem absolutamente nada de punk e praticamente tudo de céltico e irlandês, uma música que se destaca bastante das outras do disco devido a ausência do hardcore, apesar de ser muito mais parada do que as anteriores..é uma música muito agradável e igualmente boa a suas companheiras de albúm. Cheia daquelas flautas célticas das quais os nomes não saberei dizer agora e uma gaita beem lá no fundo.
Pra voltar ao som mais original da banda, temos "Take It And Run", outra das poucas músicas do albúm que se trata apenas do simples, rápido e conhecido punk rock
Agora teremos a música mais conhecida e, particularmente a minha preferida, do Dropkick Murphys "I'm Shipping Up To Boston" é uma música de Woody Guthrie, que também compôs a letra, e o Dropkick Murphys fez sua versão da canção. Apesar de ser um cover, a música apresenta uma sonoridade simplesmente incrível, o mais puro hardcore com o melhor da música irlandesa. Abrindo com o som de violencelos, baixos, banjos e cordas no geral..a música continua só o instrumental por um tempo com uma verdadeira salada dos mais variados instrumentos, instrumentos que já apareciam em outras horas durante o albúm, só que dessa vez com muito mais destaque. E quando as vozes entram podemos ver o mesmo peso das outras faixas do albúm , só que dessa vez tudo se casa com a maior perfeição..não há uma pessoa que eu conheça que ouviu essa música e não a tenha gostado ou colocado pra ouvir mais umas 3 vezes após. E quando terminarem de ouvir esse albúm, procurem a versão de "Im Shipping Up To Boston" ao vivo no youtube, simplesmente incrível..postarei aqui depois.
Seguindo com o albúm, "The Auld Trianglehahaha. E ela tem um refrão bem pegajoso também com várias das flautas célticas que já citei anteriormente.
Um acorde bem distorcido e misturado com a gaita de foles abrem "The Last Letter Home" de uma forma muito boa, o "riff" feito na gaita começa muito bem a faixa, aliás, a gaita nessa música tem um destaque bem bacana que vale a pena destacar junto com as vozes.
"Tessie" é a última faixa do albúm e começa com a voz de uma narrador de futebol americano que dá espaço  para um piano típico daqueles salloons e a voz de Al Barr, e logo depois entra a banda com guitarras, baixos, gaitas de foles, banjos e tudo mais. Nessa música que fecha o disco acho que eles queriam dar uma misturada final nos estilos que tocam durante todo a gravação, e fazem isso com sucesso.

Dropkick Murphys é uma banda que aqui no nosso país não é tão conhecida infelizmente, mas mesmo assim tem uma qualidade sonora única, até mesmo entre as bandas do gênero e que merece ser ouvida pelo menos uma vez. Eu recomendo a todos que ouçam todos os discos, pois todos são ótimos
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Curiosidade: A versão da banda de "I'm Shipping Up To Boston" foi usada diversas vezes em muito eventos, filmes e seriados. Faz parte da trilha sonora do filme 'Os Infiltrados' e já tocou também em um episódio dos Simpsons (que tem um tem parecido com o do filme citado)

Download do disco

Abraços obesos!